domingo, 23 de maio de 2010

Que Tipo de Consumidor Verde Você É?

Estou lendo “A Economia Verde...”de Joel Makower sobre desafios e oportunidades para negócios sustentáveis, da perspectiva do setor privado, do governo, das ONGs, dos ambientalistas e dos consumidores. A obra apresenta críticas construtivas para todos esses segmentos. Um dos capítulos trata do perfil dos consumidores – elo fundamental para o sucesso de economia verde e de baixo carbono. Neste artigo, convido você leitor a refletir sobre o seu papel de consumidor, inclusive aqueles ambientalistas. Makower define cinco tipos de consumidores verdes:

Comprometido: sabe o que fazer e o faz freqüentemente.

Em conflito: sabe o que fazer, mas freqüentemente não se preocupa.

Preocupado: quer saber o que fazer, mas não o faz ainda

Confuso: não sabe o que fazer ou como fazer a diferença.

Cético: não sabe e não se importa.

Para enquete fiz algumas adaptações na classificação de Makower. Inclui o tipo Comprometido sem Opção”. Eu me sinto nessa categoria – muitas vezes não temos produtos verdes e informações para tomar a decisão. Modifiquei a definição do tipo “Em Conflito” para: aquele consumidor que tem consciência, mas não está disposto a pagar mais pelo produto verde. Isso é o que mais acontece na prática – o valor do produto pesa na decisão. A definição do consumidor “Confuso” também foi aperfeiçoada: acha que está fazendo a coisa certa, mas não vai a fundo para aprender sobre questões relacionadas ao meio ambiente. Algumas vezes o consumidor “Confuso" acerta, mas pode estar equivocado quanto a seus hábitos. Por exemplo, nem sempre os produtos locais têm uma pegada ecológica menor do que os produtos produzidos em regiões distantes. Substitui também o consumidor “Cetico “ pelo tipo “Descompromentido. Ceticismo na dose certa é bom – essa é uma das ferramentas mais importantes dos cientistas.

Veja onde você se encaixa e participe da enquete acima!


Link para "A Economia Verde, Joel Makower.


domingo, 16 de maio de 2010

Crianças, Educação e Mudanças Climáticas

As crianças [e adolescentes] de hoje receberão como herança um planeta mais quente caso os “adultos” não consigam reverter o aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Nada mais justo, portanto, que elas sejam informadas e educadas sobre o tema. Uma campanha de educação ambiental sobre mudanças climáticas foi lançada nos EUA pela Alliance for Climate Education (ACE). Mais de 800 escolas já foram visitadas pelo programa de educação ambiental da ACE, atingindo cerca de 385 mil estudantes. Além de apresentar a ciência e os impactos do aquecimento global - e as conseqüências das mudanças climáticas – os estudantes são estimulados a apresentar soluções para o problema. Na semana passada, em Denver, EUA, estudantes propuseram, como uma das soluções para reduzir emissões de GEE, desenvolver maior engajamento com causas ambientais nas suas comunidades. Crianças e adolescentes informados sobre mudanças climáticas podem contribuir para conscientizar adultos. Eles também têm o direito de voz nesse debate. Segundo um site especializado em jornalismo e mudanças climáticas, no Brasil, a formação de professores para tratar desse tema ainda é precária. Mas, isso não precisa ficar assim: vamos cobrar de nossos governantes e políticos maior atenção e respeito para educação ambiental de nossas crianças.

Links interessantes:

As Mudanças Climáticas e um novo cenário para crianças

Alliance for Climate Education (ACE). Assista a um video sobre educação ambiental da ACE aqui.

Um artigo sobre o programa da ACE numa escola em Denver, EUA. Can One Climate Change Presentation Inspire an Entire High School?


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sejamos Céticos. Não Cegos!

Decidi escrever uma série de artigos curtos sobre mudanças climáticas porque desinformação sobre o assunto é ainda muito grande. Recentemente, me deparei com um artigo de um leitor, publicado num jornal local, clamando para que “Sejamos Céticos” porque existia muitos interesses políticos em relação ao aquecimento global. Estes tipos de artigos têm o poder destrutivo de desinformar as pessoas e de criar uma legião de “Céticos”. Mas, o que é ser cético? Não significa ser do contra! Para ser cético é preciso ter a mente aberta e analisar o problema de forma holística. Quando dizemos que somos céticos significa que ainda temos muito que aprender para chegarmos a uma conclusão; temos dúvida sobre o assunto. Logo, não podemos arbitrar quando estamos céticos! Conheço pessoas que se dizem céticas em relação ao aquecimento global porque leram ou ouviram na mídia que: há muitas incertezas sobre o assunto; houve uma fraude nos modelos climáticos; os políticos estão manipulando a convenção do clima para favorecer o desenvolvimento econômico de seu país, dentre outras. Para aqueles que se dizem céticos quanto às mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global, sugiro praticar o pensamento crítico, ou seja, estudar e analisar todas as facetas do tema para definir a sua posição com base em evidências factuais. Nos próximos artigos vou explicar como a ciência do aquecimento global é praticada, suas incertezas e sobre as fortes evidências de que o problema é real.

Links recomendados:
O livro ‘Think: por que não tomar decisões num piscar de olhos’, de Michael R. Legault, é uma excelente fonte para aprender sobre o pensamento crítico.
O site http://www.desmogblog.com/ faz uma excelente cobertura sobre o aquecimento global. O http://www.realclimate.org/ é outro site que acompanho sobre fatos científicos relacionados às mudanças climáticas.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Twitter e Meio Ambiente

O Twitter é uma das mais novas ferramentas de redes sociais virtuais com mais de 5 milhões de usuários, conhecidos como twiteiros. As pessoas usam o Twitter para dizer o que estão fazendo com apenas 140 caracteres (mensagem conhecida como tweet). Parece limitada, mas a sua simplicidade e facilidade de usar, principalmente, no celular tornam essa ferramenta muito poderosa. Pesquisei como o Twitter está sendo usado na área ambiental e encontrei muita coisa interessante. Uma delas é informar as pessoas sobre o assunto. Outra, são tweets de denúncias de problemas ambientais. O tema de desmatamento da Amazônia (Amazon Deforestation) gerou uma lista de twiteiros de várias partes do mundo demonstrando interesse e preocupação sobre a região. Uma rápida pesquisa no Wefollow apontou 2,622 Twitters cobrindo questões ambientais (environment). O Twitter EcoInteractive é o mais seguido com 94.194 seguidores. Há também organizações e empresas que postam informações de seus projetos ambientais. Mesmo com esses exemplos, o Twitter ainda não atingiu todo o seu potencial na área ambiental. Quando pesquisei “celebrity” no Wefollow encontrei mais de 4 milhões de seguidores para o Twitter da Britney Spears, contra menos de 100 mil do EcoInteractive. Isso mostra o tamanho do desafio para criar consciência para cuidar do meio ambiente. Precisamos de mega-redes sociais (milhões de twiteiros) para isso. Se você ainda não tem Twitter, crie a sua conta e se engaje para criar comunidades sustentáveis.

Links interessantes:
Twitters sobre meio ambiente (#environment) no Wefollow.
EcoInteractive, Twitter mais seguido sobre meio ambiente no Wefollow.
Twitters que tratam de sustentabilidade foram achados no Wefollow. Mas, com pouco profundidade.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Redes Sociais Virtuais e Sustentabilidade

Os artigos de janeiro cobriram questões que considero relevantes para o futuro do planeta: capacidade de suporte, superpopulação e pegada ecológica. O nosso grande desafio neste século é estabilizar o crescimento populacional e reduzir os danos ao meio ambiente causados pelo nosso padrão de vida insustentável. O problema mais grave, e que precisa de solução nas próximas décadas, são as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Mas a lista é grande! O primeiro passo para a sustentabilidade é a conscientização e a mudança de atitude de cada indivíduo. O segundo, criar uma enorme rede de indivíduos engajados para construir um planeta sustentável. As redes sociais virtuais abrem uma janela de oportunidades para atingir esses objetivos. Ferramentas como o Twitter, Orkut, Facebook, Digg, dentre outras, conectam milhões de pessoas a cada hora, e podem ajudar a criar comunidades sustentáveis. Nesse artigo, convido, você leitor, a responder a enquete acima e a compartilhá-la na sua rede virtual. A enquete vai ficar no ar por um mês. No final desse experimento vamos saber quantas pessoas conhecem a sua pegada ecológica (se não conhecem, sugiro o myfootprint.org para fazer o cálculo). Essas pessoas podem fazer parte de comunidades virtuais de vários tamanhos e interesses variados - e podem se tornar sustentáveis. Se você conhece alguma, não deixe de compartilhar essa informação. Vou dar exemplos de comunidades sustentáveis nos próximos artigos do meu blog.

Links:
Calculadora de Pegada Ecológica, Myfootprint.org. Essa calculadora é mais sofisticada do que a do WWF-Brasil e também mais precisa.
Minha pegada ecológica. As viagens de avião são a principal causa da minha alta pegada devido às emissões de carbono. Esse ano, vou reduzir ainda mais os vôos!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Nosso Rastro na Terra

Deixamos um rastro ao passar pela Terra que pode ser sutil ou danoso ao meio ambiente. A pegada ecológica é uma das formas de medir esse rastro, ou seja, o quanto de recursos naturais consumimos para sobreviver [e lazer] e quanto de lixo e danos produzimos. Medi minha pegada em 2009 e, sem surpresa porque ainda voei muito a trabalho, descobri que se todos os habitantes do planeta tivessem a mesma pegada, seriam necessários 3 planetas para nos manter! Tenho feito um grande esforço para cortar as minhas emissões de carbono, um dos principais componentes da pegada, reduzindo 50% das viagens aéreas a cada ano. Em casa usamos eletrodomésticos com baixo consumo de energia, lâmpadas fluorescentes compactas e estamos instalando equipamentos para reduzir o desperdício de água. Nos últimos dois anos, rodamos de carro em média 14 km por dia. Também optamos por bens de consumo mais sustentáveis, ainda que raros de achar. Por último, consumimos menos carne bovina, pelo desmatamento causado e pela saúde. Mesmo com esforço, ainda estou longe de ser considerado um indivíduo green. Então o que fazer para mudar isso? Primeiro, é preciso ter consciência da sua pegada ecológica. Segundo, se esforçar para reduzir uma pegada insustentável. Terceiro, disseminar a idéia para parentes, amigos e colegas de trabalho. Esse último ponto é muito importante porque precisamos de bilhões de pessoas engajadas com baixa pegada ecológica para um planeta sustentável. Ajude a criar essa consciência!

Links importantes:

Pegada Ecológica, Wikipedia.

Exemplo de comunidades sustentáveis, Rede Brasileira de Ecovilas.

Que marcas você quer deixar no planeta? Calculadora de pegada ecológica do WWF-Brasil que usei para medir minha pegada em 2009.

Calculadora de Pegada Ecológica, Myfootprint.org. Essa calculadora é mais sofisticada.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Maior Desafio do Século XXI

Num mundo com crescimento populacional explosivo, com o clima alterado pelas emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera, com ecossistemas degradados e destruídos pelo uso insustentável e poluição, e com consumo em alta escala de recursos naturais finitos, para onde vamos? Não precisa ser um cientista para concluir que estamos caminhando para um colapso global. Registros arqueológicos ensinam que o uso insustentável dos recursos naturais já arruinou civilizações bem menores no passado. A diferença agora é que o processo ocorre na escala global e com o poder de destruição do meio ambiente muito maior, devido a nossa superpopulação e atividades destrutivas. Um ponto fundamental para mudar essa rota, rumo ao abismo, é entender o conceito de capacidade de suporte do planeta. Os recursos naturais que nós, seres humanos e outras espécies, necessitamos para sobreviver tornam-se finitos, e podem ser exauridos, quando as engrenagens responsáveis pela sua reciclagem são destruídas. Por exemplo, as mudanças climáticas são a resposta da atmosfera ao aumento da concentração de gases de efeito estufa, aquecendo a atmosfera terrestre e causando instabilidade no clima, com conseqüências severas. Esse é apenas um dos graves problemas ambientais que estamos enfrentando e, talvez, aquele com poder de gerar um alerta global para mudar o curso de nossa civilização para o equilíbrio com o meio ambiente e as outras espécies. O nosso maior desafio, portanto, é evitar o colapso da nossa civilização global! Para isso, devemos mudar nossa mentalidade em relação à capacidade de suporte do planeta, a nossa atitude destrutiva com o meio ambiente, e estabilizar a população global.


Links sobre o assunto:
Capacidade de Suporte, Wikipedia.
O nosso maior problema deste século não são as mudanças climáticas, Dot Earth. Inspiração para o artigo dessa semana.
A superpopulação já é uma realidade? Planeta Sustentável.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Crescimento Populacional: desafio para combater o aquecimento global

O crescimento populacional desenfreado pode afetar os esforços para combater o aquecimento global. Para saber como isso pode acontecer, temos que entender as emissões de CO2 per capita. Em 2010, já somos 6,8 bilhões de pessoas no planeta, com emissões de CO2 per capita de 4,2 toneladas. Na China – maior população do mundo com 1,3 bilhão de pessoas – as emissões per capita de CO2 são de 4,18 toneladas, e nos EUA, com um pouco mais de 300 milhões de habitantes, é de 19,84 toneladas, ou seja, quase 5 vezes maior do que a da China. Contudo, em termos de emissões totais de CO2, a China já ultrapassou os EUA e é a primeira do ranking, mas ainda está longe do padrão de desenvolvimento dos EUA. Com um cenário para 10 bilhões de habitantes em 2050 e mantendo a média global per capita de emissões de CO2 atual, teríamos um aumento considerável das emissões de CO2 para a atmosfera. Além disso, temos que considerar que a média global de emissões de CO2 per capita tenderá a ser maior, com o crescimento econômico, principalmente da China e da Índia (esse atualmente com 800 milhões de habitantes). Portanto, a economia do futuro tem que mudar para baixo carbono e o crescimento populacional tem que estabilizar, para garantir que a concentração de CO2 na atmosfera fique abaixo de 450 ppm para evitar catástofres climáticas com o aquecimento global.




Links sobre emissões de CO2 per capita e população global:
Lista de países por emissões de carbono, Wikipedia.
Emissões de carbono per capita, WRI.
População Global, Wikipedia.


domingo, 3 de janeiro de 2010

Podemos Salvar o Planeta do Aquecimento Global?

Esperávamos um acordo entre as nações na COP-15, que ocorreu em dezembro de 2009 em Copenhague, Dinamarca, para salvar o planeta de catastrofes climáticas globais causadas pelo aquecimento global. A expectativa era por um acordo com metas concretas de redução drásticas de emissões de gases de efeito estufa (GEF), nas próximas décadas, para garantir que a temperatura média global não aumente em níveis maiores que 2 graus Celsius. A COP-15 deixou promessas e o Apêndice I [do acordo] vazio para ser preenchido pelas nações com metas de reduções de emissões de GEF, na COP do México que acontecerá em dezembro de 2010. Mas, poderíamos ficar confortáveis se essas metas tivessem sido definidas na COP-15? Isso iria garantir que nossos filhos e netos teríam no futuro níveis seguros de concentração de GEF na atmosfera, sem risco de aquecimento e catastrofes climáticas globais? A minha resposta é que não deveríamos ficar tão confortáveis achando que tudo estaria sob controle apenas com a definição de metas no “papel”. Além de metas concretas precisamos de uma sociedade global consciente sobre os problemas ambientais do planeta e engajada para combatê-los no dia-a-dia. Em 2010, vou escrever artigos semanais curtos no meu [mini]blog sobre temas que considero cruciais para a sustentabilidade do planeta. Serão apresentados também dados e links para o aprofundamento do entendimento dos problemas e dicas com soluções simples para ajudar na redução das emissões de GEF.


Links sobre a COP-15:
Especialistas debatem os resultados da COP15, Globo News.
Nada de hope em Copenhague: balanço da Cop-15, Comunidade Consciente.